Arrumei a casa, depois de tanto tempo.
Eu prometi pra mim mesmo que não deixaria ninguém bagunçá-la dessa vez, afinal, reconstruir tudo não tinha sido nada fácil. Mas como meus planos nunca dão certo, mais uma vez eu deixei minha casa aberta, talvez por precisar que alguém a invadisse. Eu abri a porta, eu deixei que isso acontecesse, eu permiti que a bagunça fosse feita…
Mas no fundo, a gente sempre espera por isso, não é verdade? É bom saber que alguém tem esse poder na nossa vida. É bom sentir que uma pessoa, mesmo sem saber, sustenta o nosso mundo por alguns momentos.
Eu não me importo em recolher os cacos, nem em reconstruir as paredes que foram derrubadas, desde que tudo tenha valido à pena. O que importa, na verdade, é a trajetória, mesmo que o final não seja o esperado.
Mas aí eu me pergunto: não seria muita idiotice deixar a casa aberta sabendo que ninguém fica pra recolher o lixo? A bagunça é necessária, é o que move a nossa vida, é o que dá emoção. Mas eu quero mais que emoção. Quero além do passageiro. Quero algo maior do que aquele furacão de sempre. Quero alguém que fique. Quero destruir. Quero sentir. Quero viver. Quero tanta coisa…
É pedir demais?
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