Uma
análise sobre a banalização dos sentimentos e pensamentos, a reflexão sobre um
cotidiano revoltante e o testemunho de quem enxerga e relata a atual situação
da sociedade. Estes são os elementos utilizados pela Donamara para criar o seu
novo conceito musical.
Atualmente,
a banda é composta pelos jeronimenses Anderson Machado, Eduardo Sigaud,
Fernando Ruch, Filipe Osanai e Vinícius Nunes. A ideia de formar a Donamara
surgiu, lá em 2007, após o fim de outras bandas que os componentes integravam,
e o nome escolhido para batizar o grupo foi uma homenagem a falecida mãe do
baterista Anderson, o “Xom”.
-
Fizemos umas ligações, combinamos uns ensaios e "oficializamos" a
união. Batizamos a banda de "Duffy", fizemos alguns shows legais com
esse nome e quando decidimos levar todo o projeto mais a sério, homenageamos a
falecida mãe do nosso baterista Anderson - que era uma pessoa especial pra nós
- com o nome da banda. Por isso, "Donamara" – contam.
O
som da Donamara vem evoluindo gradativamente, tanto nas composições quanto na
musicalidade e experiência de palco da banda. Esse crescimento ficou ainda mais
nítido após o lançamento do EP “Baseado em Fatos Reais”, que aborda temas como
o amadurecimento pessoal,
a preocupação com o futuro da humanidade e a importância do pensamento livre de
preconceitos e limitações. A música de trabalho, “Rosa dos Ventos”, fala sobre
a falta de humildade dos que tem muito, enquanto o clipe, que teve cenas
gravadas no centro de Porto Alegre, mostra a imagem de um mendigo procurando o
que comer no lixo.
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Como todo ser humano e como toda banda, tudo amadurece. Não foi diferente com a
gente. Começamos compondo músicas simples e com letras simples. Cansamos.
Queríamos uma letra que fizesse as pessoas refletirem, com arranjos trabalhados
e criativos, agregando todas as nossas influências nas músicas. A música e
clipe de trabalho abordam temas sociais importantes para um país como o Brasil,
onde pouca gente tem muito e muita gente tem pouco – comentam.
Sobre
o começo da trajetória da banda, eles contam que as dificuldades nunca foram
uma barreira. Para a banda, a mudança no estilo musical favoreceu o crescimento
da repercussão do trabalho.
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Sempre fizemos bastante covers nos shows, pra podermos vender o mesmo, assim,
agradando a grande massa. De alguns anos pra cá, decidimos apostar somente nas
nossas músicas e nas nossas composições. O lançamento desse novo trabalho,
tanto o EP "Baseado em Fatos Reais" quanto o clipe da música
"Rosa dos Ventos", teve uma repercussão média, porém muito positiva.
Como vivemos em uma época onde Sertanejo e Pagode tomam conta, sobra pouco
espaço pra nós. Muitas pessoas nos elogiaram pelo enfoque das letras e o
impacto social que o clipe causou. Mas ainda não estamos satisfeitos. Queremos
uma gravação de maior qualidade, queremos caprichar ainda mais nas letras e
deixar a música cada vez mais rica. Estamos só começando – revelam.
Conciliar
a vida profissional e pessoal também é um dos desafios da banda. Falta de tempo
e dinheiro são os vilões da história, mas não impedem que o trabalho tenha
continuidade.
- O
maior impasse pra que consigamos nos focar na banda são as nossas atividades
paralelas. Todos trabalham e estudam. Alguns, inclusive, nos finais de semana.
Como somos uma banda independente, tudo sai do nosso bolso. Tudo é caro. A
maioria dos shows que fazemos é de graça, porque ninguém quer pagar cachê pra
uma banda que "não enche a casa" ou que "ninguém conhece".
Os CD's vendem pouco, o dinheiro não retorna. É muito mais pra nós do que para
os outros. Só seguimos nisso porque a gente ama. Se dependêssemos de dinheiro
pra manter a banda, ela provavelmente já teria acabado – concluem.
Galeria de fotos:
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Confira o clipe de "Rosa dos Ventos":
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