domingo, 12 de junho de 2011

Mais um conto que eu não conto

Como nos filmes, um romance começa em um dia de sol, céu azul e pássaros cantando. As coisas no amor são mesmo clichê, inevitavelmente tudo acontece de forma milimetricamente planejada, talvez no intuito de criar uma fórmula perfeita para o sucesso. Luana sabia muito bem de tudo isso e dos riscos que estava correndo, era consciente de que estava entrando por um caminho sem volta. Mesmo assim, resolveu sorrir para aquela oportunidade que se encontrava à sua frente, afinal, já tinha passado por tantas desilusões e tantos desamores, tinha certeza de que desta vez teria o controle total da situação. E ela teve, por algum tempo. Quando conheceu Gabriel, Luana sabia que aquele cara não era apenas mais um. Ela sentia que ele faria parte da sua vida, de um jeito ou de outro. Gabriel era um garoto bom, porém já tinha sofrido muito em seus relacionamentos anteriores e isso o fazia um tanto quanto frio e consequentemente, racional demais.

Eles foram se envolvendo, ficando próximos, e ao mesmo tempo, relutando para não se entregarem um ao outro, compartilhando apenas o medo que traziam em seus corações. O tempo foi passando, e Luana começou a acreditar que aquela era a hora de parar de fingir, esquecer o passado, deixar as coisas acontecerem sem ficar manipulando suas vontades. Mal sabia que ainda não era a hora.

A frieza de Gabriel só aumentou a partir daí, ele não a procurou mais, deixando-a sem entender o que estava acontecendo. Eles se afastaram, e seguiram suas vidas. Ou tentaram seguir.

Novamente Luana estava se sentindo mal, querendo entender o que tinha acontecido e se culpando por não ouvir sua intuição que desde o início dizia: ''Vai ser tudo igual, outra vez...''

Os dias foram se passando e a dor só continuava a aumentar. Nenhuma palavra de conforto mudava a situação. Pensava em fugir, mas também sabia que não seria essa a solução.

Aquela angústia não diminuía, a vontade de procurar Gabriel só aumentava. Mas o orgulho sempre foi um defeito (ou qualidade) de Luana. Os dias demoravam à passar, as horas se arrastavam e nada mudava. Luana então resolveu sair para pensar e tentar resolver essa situação que há dias vinha sufocando-a. Ela só precisava de um tempo longe de tudo, pra colocar as coisas no lugar, novamente. Não precisava que ninguém a entendesse, afinal isso dificilmente aconteceria, ninguém nunca a entendeu. Saiu sem rumo pela cidade, caminhou por horas sem se dar conta do quanto já tinha caminhado. Novamente, estava na praia, no lugar onde tinha conhecido Gabriel, naquela tarde ensolarada meses atrás. Nada era igual.

Mais uma vez ela havia perdido as esperanças, tinha saído de casa apenas para tentar esquecer de tudo que ainda vivia em sua memória. Mas, o que a levara até ali? O Medo? A Dor? A Tristeza? Nem ela poderia responder, nada mais fazia sentido.

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