sexta-feira, 17 de junho de 2011

O olhar insubordinado

A vida que ninguém vê - Elaine Brum, julho de 2006.

Esse texto se refere a profissão de jornalista, mas o trecho à seguir serve pra qualquer pessoa.

(...)
Por mais que você escolha não viver, a vida te agarra em alguma esquina. O melhor é logo se lambuzar nela, enfiar o pé na jaca, enlamear os sapatos. Se quiser um conselho, vá. Vá com medo, apesar do medo. Se atire. Se quiser outro, não há como viver sem pecado. Então faça um favor a si mesmo: peque sempre pelo excesso.
(...)
Você pode olhar para o infinito, como Carl Sagan, e descobrir que é feito da poeira de estrelas. E pode olhar para o chão e acreditar que é um cocô de cachorro. É o mesmo homem que tem diante de si o infinito e o chão. Mas é nessa decisão que cada um se define. Como olhar para você mesmo é uma escolha. Um exercício da liberdade, da autodeterminação, do livre-arbítrio. Seja generoso. Arrisque. Ouse.
Olhe.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Equilíbrio

Ali estava ele mais uma vez, diante de tudo aquilo que até então era somente medo e insegurança. Caminhar em direção ao incerto, visualizando uma possível dor, o fazia sempre dar uma passo para trás, recuar diante do desconhecido. Seria fácil prosseguir por aquele caminho? Aquela dúvida ainda permanecia intacta em sua mente. Decidir-se seria muito complicado, mas ainda assim era preciso. Quem não se fere não se arriscou, e quem não arrisca em nada, não vive plenamente. Então, só existia uma opção: seguir adiante.



(escrevi esse texto numa prova em 15 minutos, gostei e resolvi postar aqui)

domingo, 12 de junho de 2011

Mais um conto que eu não conto

Como nos filmes, um romance começa em um dia de sol, céu azul e pássaros cantando. As coisas no amor são mesmo clichê, inevitavelmente tudo acontece de forma milimetricamente planejada, talvez no intuito de criar uma fórmula perfeita para o sucesso. Luana sabia muito bem de tudo isso e dos riscos que estava correndo, era consciente de que estava entrando por um caminho sem volta. Mesmo assim, resolveu sorrir para aquela oportunidade que se encontrava à sua frente, afinal, já tinha passado por tantas desilusões e tantos desamores, tinha certeza de que desta vez teria o controle total da situação. E ela teve, por algum tempo. Quando conheceu Gabriel, Luana sabia que aquele cara não era apenas mais um. Ela sentia que ele faria parte da sua vida, de um jeito ou de outro. Gabriel era um garoto bom, porém já tinha sofrido muito em seus relacionamentos anteriores e isso o fazia um tanto quanto frio e consequentemente, racional demais.

Eles foram se envolvendo, ficando próximos, e ao mesmo tempo, relutando para não se entregarem um ao outro, compartilhando apenas o medo que traziam em seus corações. O tempo foi passando, e Luana começou a acreditar que aquela era a hora de parar de fingir, esquecer o passado, deixar as coisas acontecerem sem ficar manipulando suas vontades. Mal sabia que ainda não era a hora.

A frieza de Gabriel só aumentou a partir daí, ele não a procurou mais, deixando-a sem entender o que estava acontecendo. Eles se afastaram, e seguiram suas vidas. Ou tentaram seguir.

Novamente Luana estava se sentindo mal, querendo entender o que tinha acontecido e se culpando por não ouvir sua intuição que desde o início dizia: ''Vai ser tudo igual, outra vez...''

Os dias foram se passando e a dor só continuava a aumentar. Nenhuma palavra de conforto mudava a situação. Pensava em fugir, mas também sabia que não seria essa a solução.

Aquela angústia não diminuía, a vontade de procurar Gabriel só aumentava. Mas o orgulho sempre foi um defeito (ou qualidade) de Luana. Os dias demoravam à passar, as horas se arrastavam e nada mudava. Luana então resolveu sair para pensar e tentar resolver essa situação que há dias vinha sufocando-a. Ela só precisava de um tempo longe de tudo, pra colocar as coisas no lugar, novamente. Não precisava que ninguém a entendesse, afinal isso dificilmente aconteceria, ninguém nunca a entendeu. Saiu sem rumo pela cidade, caminhou por horas sem se dar conta do quanto já tinha caminhado. Novamente, estava na praia, no lugar onde tinha conhecido Gabriel, naquela tarde ensolarada meses atrás. Nada era igual.

Mais uma vez ela havia perdido as esperanças, tinha saído de casa apenas para tentar esquecer de tudo que ainda vivia em sua memória. Mas, o que a levara até ali? O Medo? A Dor? A Tristeza? Nem ela poderia responder, nada mais fazia sentido.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais uma vez

Arrumei a casa, depois de tanto tempo.

Eu prometi pra mim mesmo que não deixaria ninguém bagunçá-la dessa vez, afinal, reconstruir tudo não tinha sido nada fácil. Mas como meus planos nunca dão certo, mais uma vez eu deixei minha casa aberta, talvez por precisar que alguém a invadisse. Eu abri a porta, eu deixei que isso acontecesse, eu permiti que a bagunça fosse feita…

Mas no fundo, a gente sempre espera por isso, não é verdade? É bom saber que alguém tem esse poder na nossa vida. É bom sentir que uma pessoa, mesmo sem saber, sustenta o nosso mundo por alguns momentos.

Eu não me importo em recolher os cacos, nem em reconstruir as paredes que foram derrubadas, desde que tudo tenha valido à pena. O que importa, na verdade, é a trajetória, mesmo que o final não seja o esperado.

Mas aí eu me pergunto: não seria muita idiotice deixar a casa aberta sabendo que ninguém fica pra recolher o lixo? A bagunça é necessária, é o que move a nossa vida, é o que dá emoção. Mas eu quero mais que emoção. Quero além do passageiro. Quero algo maior do que aquele furacão de sempre. Quero alguém que fique. Quero destruir. Quero sentir. Quero viver. Quero tanta coisa…

É pedir demais?


Tumblr - I don't care

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu acredito nisso

Tudo vai dar certo, eu sempre digo. Por mais pessimista que eu pareça ser, ainda acredito que no fim as coisas se acertam. Não digo necessariamente que tudo vai ter um final feliz, de filme, eu sei que a vida não é assim… Mas sempre que eu olho pra trás e penso nas vezes que eu perdia a esperança em alguma coisa, percebo como realmente no final as coisas dão certo, se encaixam. Tudo que acontece na nossa vida tem um porque. Na hora pode parecer que é castigo ou falta de sorte, mas até o que dá errado contribui pra alguma coisa, é sempre um aprendizado pra quem consegue tirar o lado bom do que não é tão bom assim. Esse é o melhor conselho que eu posso dar, aquele que eu sempre uso: Tudo vai dar certo no final, é só esperar. Eu ainda acredito nisso.


Tumblr - I don't care

RE - Começando

Bom, vou mudar os meus textos de lugar.
Vou continuar usando e postando no tumblr, como sempre, mas lá a bagunça é grande... Não dá pra conciliar os textos e as imagens que eu posto.
Aos poucos vou passando o que tem lá pra esse endereço e vou me organizando.
Espero que leiam e curtam.