quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Donamara: amadurecimento "Baseado em Fatos Reais"


Uma análise sobre a banalização dos sentimentos e pensamentos, a reflexão sobre um cotidiano revoltante e o testemunho de quem enxerga e relata a atual situação da sociedade. Estes são os elementos utilizados pela Donamara para criar o seu novo conceito musical.
Atualmente, a banda é composta pelos jeronimenses Anderson Machado, Eduardo Sigaud, Fernando Ruch, Filipe Osanai e Vinícius Nunes. A ideia de formar a Donamara surgiu, lá em 2007, após o fim de outras bandas que os componentes integravam, e o nome escolhido para batizar o grupo foi uma homenagem a falecida mãe do baterista Anderson, o “Xom”.
- Fizemos umas ligações, combinamos uns ensaios e "oficializamos" a união. Batizamos a banda de "Duffy", fizemos alguns shows legais com esse nome e quando decidimos levar todo o projeto mais a sério, homenageamos a falecida mãe do nosso baterista Anderson - que era uma pessoa especial pra nós - com o nome da banda. Por isso, "Donamara" – contam.
O som da Donamara vem evoluindo gradativamente, tanto nas composições quanto na musicalidade e experiência de palco da banda. Esse crescimento ficou ainda mais nítido após o lançamento do EP “Baseado em Fatos Reais”, que aborda temas como o amadurecimento pessoal, a preocupação com o futuro da humanidade e a importância do pensamento livre de preconceitos e limitações. A música de trabalho, “Rosa dos Ventos”, fala sobre a falta de humildade dos que tem muito, enquanto o clipe, que teve cenas gravadas no centro de Porto Alegre, mostra a imagem de um mendigo procurando o que comer no lixo.
- Como todo ser humano e como toda banda, tudo amadurece. Não foi diferente com a gente. Começamos compondo músicas simples e com letras simples. Cansamos. Queríamos uma letra que fizesse as pessoas refletirem, com arranjos trabalhados e criativos, agregando todas as nossas influências nas músicas. A música e clipe de trabalho abordam temas sociais importantes para um país como o Brasil, onde pouca gente tem muito e muita gente tem pouco – comentam.
Sobre o começo da trajetória da banda, eles contam que as dificuldades nunca foram uma barreira. Para a banda, a mudança no estilo musical favoreceu o crescimento da repercussão do trabalho.
- Sempre fizemos bastante covers nos shows, pra podermos vender o mesmo, assim, agradando a grande massa. De alguns anos pra cá, decidimos apostar somente nas nossas músicas e nas nossas composições. O lançamento desse novo trabalho, tanto o EP "Baseado em Fatos Reais" quanto o clipe da música "Rosa dos Ventos", teve uma repercussão média, porém muito positiva. Como vivemos em uma época onde Sertanejo e Pagode tomam conta, sobra pouco espaço pra nós. Muitas pessoas nos elogiaram pelo enfoque das letras e o impacto social que o clipe causou. Mas ainda não estamos satisfeitos. Queremos uma gravação de maior qualidade, queremos caprichar ainda mais nas letras e deixar a música cada vez mais rica. Estamos só começando – revelam.
Conciliar a vida profissional e pessoal também é um dos desafios da banda. Falta de tempo e dinheiro são os vilões da história, mas não impedem que o trabalho tenha continuidade.
- O maior impasse pra que consigamos nos focar na banda são as nossas atividades paralelas. Todos trabalham e estudam. Alguns, inclusive, nos finais de semana. Como somos uma banda independente, tudo sai do nosso bolso. Tudo é caro. A maioria dos shows que fazemos é de graça, porque ninguém quer pagar cachê pra uma banda que "não enche a casa" ou que "ninguém conhece". Os CD's vendem pouco, o dinheiro não retorna. É muito mais pra nós do que para os outros. Só seguimos nisso porque a gente ama. Se dependêssemos de dinheiro pra manter a banda, ela provavelmente já teria acabado – concluem.


Galeria de fotos:


Confira o clipe de "Rosa dos Ventos":